2 de maio de 2010

O SUBMUNDO DE ALICE

Nesta nova postagem vou tocar um pouco no assunto - contos infantis - os famosos contos de fadas e iniciar uma série de postagens com base nesse tema. A inspiração para o tema desta postagem surgiu depois de ler o artigo “a origem sangrenta dos contos de fadas” da edição de abril de 2010 da revista Mundo Estranho.
Ao tratar do tema a revista traz a atenção para como ao longo dos anos as estórias populares da Europa medieval, em sua grande maioria, foram sendo transformadas e amenizadas para se ajustar a literatura infanto-juvenil que surgiria com mais força no cenário literário a partir do início do século XX. Isto me faz lembrar as aulas de sociologia na faculdade quando o professor fazia questão de lembrar que dentro do sistema capitalista e positivista determinados nichos de mercado eram criados para atingir certas parcelas da sociedade de consumo. Mas, divagações a parte o ponto é que em sua origem os “contos de fadas” eram na verdade um reflexo de uma realidade nada cor de rosa, antes sim de uma realidade cinzenta com respingos de vermelho sangue da Idade Média. Que dentro deste contexto pode ser apropriadamente chamada de Idade das Trevas*.
Abaixo vai a transcrição de trechos da matéria da revista.

PIRAÇÃO NO PAÍS DAS MARAVILHAS
“Publicadas em 1865, as aventuras doidonas de Alice são uma história sem ‘moral da história’, com referências a drogas, delírios e críticas políticas.”


“VIAJANDO NA LAGARTONA: Ta tudo azul para a lagarta que Alice encontra fumando num baita narguilé. A geringonça e o fato de o bicho falar lentamente, “viajando” e filosofando, são até hoje associados ao consumo de ópio. A droga que atualmente é ilegal tinha uso medicinal na época da publicação do livro, em 1865.”.





COGUS ALUCINÓGENOS: A lagarta doidona explica que comer do cogumelo em que está sentada pode fazer Alice crescer ou diminuir de tamanho. Há quem veja nisso uma clara referência a cogumelos alucinógenos, embora não haja indícios, dentro ou fora da obra, relacionando o autor ao consumo dessa droga. Uma lenda urbana engolida por muita gente é a que especula sobre o uso de substâncias alucinógenas por Lewis Carroll. Os rumores se baseiam na narrativa piradona e em elementos que remeteriam ao universo das drogas, como o narguilé e o cogumelo. Há quem jure que a inspiração do autor vinha do LSD, esquecendo-se que a droga só surgiu em 1938...”.

“SORRISO DELIRANTE: O habitante mais alucinado do País das Maravilhas (não, não é o sujeito acima) aparece e desaparece em vários momentos da trama, seja de corpo inteiro, seja mostrando apenas algumas partes, como o sorriso. Especula-se que o gato possa ter surgido das terríveis enxaquecas do autor Lewis Carroll, que relatou vários episódios de alucinação em seus diários.”

* É importante lembrar que a designação deste período como Idade das Trevas é uma designação totalmente arbitrária, pois, não leva em consideração o fato de aquela ter sido uma época extremamente criativa e de que muitas das tradições folclóricas surgidas naquele momento perduram até hoje, que o diga o cinema. Este vez por outra vai beber da fonte medieval para despejar nas telas os “romances de cavalaria” e tantas outras estórias que direta ou indiretamente sofrem a mesma influência.

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